Valor Econômico - Rendimento projeta carteira de crédito 40% maior
26 de fevereiro de 2019
Por Álvaro Campos | De São Paulo
26/02/2019
Depois de um aumento de quase 30% da sua carteira de crédito em 2018, o Banco Rendimento quer acelerar o ritmo e expandir seus empréstimos em 40% este ano. Para isso, os sócios injetaram mais capital recentemente e contam com as perspectivas positivas da economia para impulsionar a demanda.
O Rendimento é mais conhecido por sua corretora de câmbio, a Cotação, adquirida em 2001, mas ao longo dos anos a participação da unidade nos resultados do grupo vêm caindo e atualmente é de menos de 10%. No ano passado, a carteira de crédito do Rendimento atingiu R$ 1,041 bilhão, com alta de 29,3%. O lucro consolidado do grupo avançou menos, 2,8%, a R$ 62,388 milhões.
Este mês, o Banco Central aprovou a alteração de capital do Rendimento, que passou de R$ 107,3 milhões para R$ 230 milhões. Do aumento total, R$ 45 milhões vieram de aporte dos sócios, enquanto o restante se deu por incorporação de lucros retidos. Do dinheiro novo colocado pelos sócios, parte é oriunda da venda da subsidiária Banco Brasileiro de Negócios (BBN) para a PagSeguro, embora o banco não revele os valores da transação.
Segundo o diretor-superintendente do grupo, Abramo Douek, entre 2015 e 2017 a carteira do banco encolheu quase pela metade, mas no ano passado a administração já vislumbrou a oportunidade de expandir os empréstimos. “Fizemos uma série de investimentos em pessoal, tecnologia, em expansão da operação”, conta, afirmando que o desempenho neste começo de ano está bastante promissor.
O Rendimento ainda é bastante focado em operações de câmbio, que chegaram a responder por 80% da receita do grupo, mas caíram para cerca de 60% e devem continuar recuando. Enquanto isso, a carteira de crédito deve seguir crescendo fortemente, mantendo a qualidade dos ativos. A inadimplência foi de apenas 0,39% em 2018. A principal linha é capital de giro (56,6% da carteira).
No caso da Cotação, o diretor Alexandre Gomes Fialho afirma que a corretora pretende dobrar o lucro este ano, após fechar 2018 com saldo positivo de R$ 4,880 milhões – uma queda de 0,3% ante 2017. “Nos últimos anos passamos por mudanças regulatórias e os ventos contrários da macroeconomia, mas nos preparamos bem para o novo ambiente digital. Hoje, 11% das operações com pessoas físicas já são feitas por mobile”, conta. Entre as novidades, a Cotação está lançando agora o câmbio parcelado em 12 vezes no cartão de crédito.
Outra unidade do grupo que deve ter um importante foco de crescimento nos próximos anos é a Agillitas, de meios de pagamentos. Roger Ades, CEO da subsidiária, lembra que a companhia começou atuando com cartões pré-pagos, mas hoje evoluiu para operar contas digitais. Atualmente está colocando no ar uma plataforma de open banking bastante abrangente.
Mesmo com um retorno sobre o patrimônio (ROE) atrativo, de 24,6% no ano passado, o Rendimento não pensa em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no futuro próximo. “Sempre existe essa possibilidade, mas no momento não está no radar”, diz Douek.
Fonte: https://www.valor.com.br/financas/6137117/rendimento-projeta-carteira-de-credito-40-maior
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