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Retrospectiva do Dólar: Comportamento e influências no último mês

6 de junho de 2023

São dois os principais fatores que vem causando volatilidade na taxa de câmbio. 
  1. Nos Estados Unidos, com investidores à espera do Congresso, em relação ao aumento do teto da dívida pública, o receio é que o país dê um calote, caso os líderes não cheguem a um acordo. O aumento da dívida permite que o governo capte mais recursos via venda de títulos públicos. Outro ponto de atenção é a expectativa para a próxima decisão do FED (O Banco Central Americano), onde a maioria das apostas estão no fim do ciclo de aumento da taxa, mantendo a taxa entre 5,00% e 5,25%.
2. No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou o novo marco fiscal, o arcabouço. Esse novo arcabouço mantém uma dependência das receitas geradas e não promove contenção de dispêndios imediatos,também permitindo que haja um reajuste real em cima de uma base já dilatada pela PEC de transição. As perspectivas com relação à dívida/PIB seguem ascendentes, mesmo nas perspectivas otimistas do governo, com um patamar que muito em breve alcançará 80% do PIB. Agora, o texto segue para o Senado, onde deverá tramitar ao longo do próximo mês, passando os holofotes para o Presidente da casa e seu partido. Outra variável importante que devemos olhar é o fluxo cambial do país, que é dividido em duas “categorias”, o fluxo cambial comercial e o fluxo cambial financeiro: O fluxo cambial comercial representa as operações de câmbio – a relação entre moedas de dois países –, que são vinculadas às importações e exportações de produtos e serviços. O fluxo cambial financeiro está relacionado ao mercado de capitais, ou seja, os investimentos estrangeiros, a remessa de lucros e dividendos ao exterior, dentre outros, como, por exemplo, a compra de ações de empresas na bolsa de valores brasileira feitas por investidor estrangeiro. Na terceira semana de maio, o fluxo cambial brasileiro mostrou saldo líquido negativo de US$ 2,27 bilhões, somatório do forte déficit no fluxo financeiro de US$ 2,98 bilhões, à despeito da entrada líquida de US$ 713 milhões no fluxo comercial. Sobre as reservas internacionais, houve recuo nessa semana, passando para U$ 344,49 bilhões, vindo de U$ 347,36 bilhões da semana anterior. Assim, até o momento, o fluxo cambial em 2023 apresenta resultado positivo de US$ 10,16 bilhões. Deste modo, o fluxo comercial contribui com superávit de US$ 20,87 bilhões, enquanto o fluxo financeiro está com saída líquida de US$ 10,71 bilhões.